segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Torcida tenta reascender a chama do Operário

Tudo começou no dia 21 de agosto de 1938, com os trabalhadores e produtores rurais, que paravam com suas profissões diárias para se reunir, nos finais de semana, com o intuito de se divertir com os amigos trabalhadores e com a família. Com o passar dos anos, a brincadeira começou a surti efeito entre os trabalhadores, empresários e amigos, hoje torcedores. Na década de 70, o time decidiu se profissionalizar. O Operário Futebol Clube, com suas vitórias e garra conquistava a torcida e o mundo.
O marco do time foi em 1977, na disputa do Campeonato Brasileiro de Futebol, enfrentou um dos mais fortes times brasileiros, o “Palmeiras”. O Operário conseguiu se classificar para a semifinal do campeonato e enfrentou o “São Paulo”, vencendo no Morenão, por 1x0. Mas, não teve grande felicidade no jogo de volta, no Morumbi, perdendo por 3x0. Assim, o Operário conquistava o 3° lugar do Campeonato Brasileiro. Alguns atletas de feito histórico começaram a reescrever sua trajetória, como foi o caso do maior ídolo operariano, o goleiro Manga, defensor da maior glória de todos os brasileiros, na Seleção Brasileira de Futebol.
O clube, conhecido nacionalmente, queria muito mais. Em 1982, o Operário foi disputar o campeonato Presidente Cup (na Coréia do Sul). Com uma vitória em cima do “poderoso Bayern de Munique”, o time saiu vitorioso do campeonato. Foi uma das maiores conquistas do clube.
Com essas glórias, o time foi arrebatando novos torcedores e amantes do futebol. Mas, com o passar do tempo, o time começa a entrar em crise. Em 1999, com dívidas, decide vender parte de algumas ações, tornando-se parte de uma grande massa de clubes brasileiros o “futebol empresa”. No dia 29 de novembro de 1999, formava-se o Operário Sociedade Anônima. Mas, na realidade, poucas coisas mudaram, e isto se arrastou até 2006. Hoje, o clube não vive um grande momento no futebol nacional, mas luta e busca retomar as vitórias.
Luciano Nascimento é radialista e torcedor do Operário, desde criança. “Achei muito lindo o Memorial. É minha segunda casa. E é uma forma de ressurgir nosso futebol, não torço para time de fora do estado”.
Um dos fundadores da Garra Operariana, Edivaldo Moraes, enfatiza o fato de que a torcida é a única que transmite os jogos do time. “Temos a TV Galo, transmitimos os jogos ao vivo pela internet com um link da Holanda, somos a única torcida do Brasil que tem televisão”. Ele tem 41 anos e é analista judiciário, fica chateado com a imagem que algumas pessoas têm da torcida. “Tem gente que acha que somos um bando de desocupados, baderneiros. Muito pelo contrário, nossa torcida não é baderna, é tudo organizado, somos casados, temos família, profissão”.



Adriana Queiroz e Mázzio Nantes